2 de julho de 2012

O Sol raiava...


De dia as flores se abrem
E os amores invadem
A linda flor de cravo vermelha
Simbolizava o meu tema
Que é fazer poema...
Sendo visitada pelo colibri do amor
Que delicadamente sugava o nectar da vida
Estava inspirador ver a natureza ao meu favor.
O Sol esplendoroso raiava...
E as borboletas alegres contagiavam e despertavam a graça com vigor...
Lugar perfeito, emanava beleza natural, paz e encantamento.
E como instrumento de crescimento, eu, alimentava minha alma...
Que sedenta de luz e amor estava.


(((Camila Senna)))



 

Agora tem emoção...


A força e a intensidade desse amor me libertaram...
Tiraram-me da escuridão aonde não tinha emoção.
Só havia ruídos e escuridão...
Eu me encontrava ferida e distraída...
Mas você me achou,
Uma vez me olhou, logo se enamorou.
Anjo bom que veio para reunir meus pedaços que se encontravam no chão...
Quero sempre te ter em meu coração...
E na sua mão, virar instrumento de paixão.

(((Camila Senna)))





Os quatro cantos...


O amor se encontra em tudo dentro do meu nobre ser.
Eu caminho e exalo o cheiro desse amor pelos os quatro cantos da Terra.
Intensa, amorosa e carinhosa...
Vou eu, pelas estradas que conquistei e decifrei.


(((Camila Senna)))



O tempo parou...   

 
Chuva gelada nos enchendo de brasa...
Beijo molhado, coração acelerado...
O tempo parou...
E a natureza?
Ah, essa sim...
Conspirou ao nosso favor.
Nossos corpos inundados de tanto fervor transpiravam  nosso amor.
Esse momento?
Ah, esse sim se eternizou... 


(((Camila Senna )))






Sua energia...





Te alcançaria ainda que estivesse no alto das montanhas.
Sentiria seu cheiro louco mesmo estando em uma perfumaria.
Te acharia de longe pelos seus olhos, olhos que não canso de me ver nua.
Se cobrirem a minha face para adivinhar se é você ou não, te digo: "saberia pela sua energia". 


((( Camila Senna )))


 


Livre...


Meu corpo tem andado por histórias mal resolvidas.
Penso - Que corrida que eu dei até chegar aqui... Ufa!
Tem pisado em casebres assombrados...
Tem trilhado o que seria um achado, que é o amor. 
 
Me sinto gigante diante de tudo que vivi.
Posso dizer que sobrevivi.
Sofri, mas aprendi.
Dei uma volta nas tempestades.
Passei a perna na hereditariedade.

Hoje estou aqui!
Livre e dona de mim.
Livre no pensar,
Livre no agir,
Livre, livre e livre.

As cordas que me amarravam feito boneca de teatro...
Soltaram-se por si só,
Libertaram-se de mim, e eu delas.
Me liberaram para outra melhor, e eu a elas.
Quando me dá na telha,
Pego o papel branco e sobre ele refaço minhas trilhas.
Invento minhas ilhas...
Desfilo por minhas passarelas...
Corro sobre minhas avenidas,
Pinto minhas aquarelas.


((( Camila Senna ))))







Vendaval...




Você não ouve
Nem sabe por quê?
Sua vida só vive,
Porque tem que viver.

Morrer é festa
Viver é suplício.
Não faz o que prega
Nem sabe se vive.

É tudo uma peça
Sem ensaio real
O tempo embaralha,
Te deixa abissal.

Esse é o estágio
Que chegou seu carnaval.
Pior... você não crê,
Que isso tudo é vendaval.


((( Camila Senna )))





Mérito do bem...


O jogo foi desfeito!
A soberba caiu na inglória.
A palavra torpe retornou às origens...
A calúnia pediu perdão.
A poeira foi sacudida!
O vinil arranhado, jogado ao leu.
A estação velha, de pé, renovada!
A história? - Refeita... E com uma linda trajetória!
Cheia de lutas e penhascos, mas no final, o mérito da vitória!


(((Camila Senna)))


Vi...



Senti o medo de não ser
Senti na pele o frio de perder.
Vi vidas se esvaírem
Senti a fúria do por vir.

Vi sonhos serem desfeitos.
Senti no peito a repugnante dor da morte.
Vi meus pés ousados desistirem do norte.
Senti o amor batendo em mim, virando a esquina sem se despedir.

Vi olhos sedentos brilharem.
Senti a dor mais gostosa que existe: “que é a de parir”.
Senti toda a força que em mim arde.
Senti do mal, degustei do bem, achei horrível a tristeza e pulei de alegria quando a mesma lembrou-se de mim!


((( Camila Senna )))




Sacerdotisa...

A humilhação é insistente e desde sempre me atormenta.
Mas sou dura na queda!...
Não permito-me ser submissa...
Não me faço de vítima, sou indomável!

A vida me apresentou pessoas vaidosas
Pessoas orgulhosas, cheias de si.
Tentando fazer a todo instante, com que eu me achasse sem valia...
Pessoas teóricas e frias. - eu sou mulher de prática, de emoção, de fantasia!

Não aceito humilhação. Embora algumas vezes,
A mesma me confronte, me encare, me desafie!
Mas não sou fraca, sou idealista.
Sou Minha Alquimista.

Em dias insípidos, busco o agridoce.
Em dias cortantes, faço-me flexível.
Em dias frios, visto-me de sol.
Em dias sem paixão, não adianta, perco o ímpeto!

Entro em crise na esfera coração!
Busco sinceridade e dou de cara com a soberba.
Sou feliz um dia. E os outros não!
Tenho tudo! Mas não tenho nada!

Será que a vida para mim já basta!
Que mistério é esse?
Indago...
Quero colher o fruto, mas ele nunca está maduro.

Está tudo errado!
O meu passado...
O meu presente.
O futuro não se mostra, quero apenas uma simplória resposta.

Sei que tenho a marca,
Sei que tenho o dom,
Sei que sou sacerdotisa,
Mas estão brincando de pique esconde comigo!

Sou de carne e osso, à espera do alvoroço.
Sou de sangue e vida, à espera da quimera.
Sagrada e desejada é a paz para mim!...
Tenho-a tatuado em meu corpo, ela sim! Deixo-me possuir!


((( Camila Senna )))
 



Sina...

Trago o meu fumo, e observo atenta...
O desenho da fumaça que se forma.
Esclarecida para muitas coisas,
Porém, em outras, enigmática.

O suicídio de outrem,
Para mim é vida.
A cólera maldita,
Para mim é opção e não castigo.

Sigo Traçando traços fortes...
Pois sou assim, e serei até a morte!
O que não importa para o ocupado de alma,
Para mim, é intrínseco, é sagrado!

O que para os conformistas sem tesão, é um fardo...
Para mim é sina!
Sina que se pode moldar até o fim da estrada de minha menina.


((( Camila Senna )))


Que assim seja...




Que o meu respirar livremente,
ninguém o tente sufocar.
Que o meu olhar forte para o mundo,
não o tentem findar.
Que o meu falar sem ensaiar,
ninguém o tente calar.
Que o meu sentir aguçado e sensível,
não o tentem enganar.
Que a auto-estima que eu conquistei,
ninguém a tente baixar.
Que a amizade sincera que tenho,
não a tentem comprar.
Que o meu agir impetuosamente,
ninguém o tente oprimir.
Que a alma desnuda que tenho
não a queiram vestir,
vesti-la de sujidade, fazendo ocultar
a nobreza em mim.
Que a liberdade que anseio a cada dia,
ninguém a tente impedir...
colocando espinhos nos meus caminhos...
e amarra nas minhas pernas.
Ainda que consigam, será por pouco tempo,
pois sempre haverá uma senda.
Que a paz que eu busco,
não ousem invadir.
Que a alegria que possuo,
ninguém a tente abater.
Que o amor que habita em mim,
sempre venha existir
se renovando a cada
alvorecer. 


(((Camila Senna)))


Gosto de ser eu...

 
Não tenho inveja de pessoas caladas demais,
Não me intriga o ar concentrado e ponderado demais.
Não desejo o seu eixo, gosto do meu!
Mais ainda... Gosto da minha essência.

Não sei ser calada,
Não sei olhar vazio,
Não sei chorar baixinho,
Não sei sorrir sem motivo.

Quando falo, falo com verdade.
Quando olho, olho com vontade.
Quando choro, choro um rio de água salgada!
Quando sorrio, é porque estou feliz e cheia de brio.


((( Camila Senna )))

Nova têmpera...


 
Estando no cume da vaidade...
O meu eu de verdade me fez parar e notar,
Notar que tinha algo estranho em meu âmago.
Deparei-me com defeitos que estavam querendo se instalar...

Fiz silêncio e pensei: não quero esse vício! 
 
O vício da palavra maldita...
O vício do olhar mal-interpretado...
O vício da atitude impetuosa.
Que muita das vezes não me traz boa memória.

Tento a cada dia evoluir sem esquecer o que quero de mim!
A atitude de parir a liberdade para a minha própria alma...
Só depende de mim!
Então, melhor esquecer...

Se pensa que vou ser igual a você!
Não mesmo...
Quero retemperar-me para meu próprio gozo...
Cada um sente melhor o seu próprio sufoco.


((( Camila Senna )))

A escolha foi minha...




A meiguice em mim é enrustida...
Só a revelo aos que com jeitinho
Saibam receber com carinho...
Não é a qualquer pessoa que ilumino com meu sorriso.

Meu sorriso nada discreto é para os sinceros,
Aos hipócritas que pela minha vida já passaram...
Se um dia necessitar, dou minha mão e se souber conquistar...
Um sorriso meu possa ganhar, ainda que silencioso.

Eu nasci para vergonha dos indecisos,
Os mesmos que vivem a bailar a mesma melodia,
Fazendo do pão podre de cada dia,
Seu ritual! Seu carnaval!

Se tiver que gritar, eu grito!
Por favor, não me peça para calar...
O que meu coração anseia gritar!
Revelo-me quem sou todos os dias, essa é minha única rotina.

Deus me deu o coração para sentir,
Deus me deu a voz para exprimir,
Deus me deu o livre arbítrio,
Foi para escolher, se quero ser eu, ou você!

Escolhi ser eu, cheia de defeitos...
Mas com o coração que cabe todo esse mundão!
Escolhi ser eu, impetuosa...
Mas cheia de emoção!


((( Camila Senna )))

Essência em mutação...



Estou como lagarta virando borboleta, em plena metamorfose.
Bebendo vinho com doses de ousadia...
Comendo do pão da intrepidez...
Configurando minha vida e dando forma as minhas roupas.

Roupas vívidas e otimistas!
Alinhando meus passos, desenhando
e colorindo os meus sonhos.
Buscando ser inteira, sem sombra, sem mácula.

Ser a história lida e bem resolvida.
Ser avenida movimentada, não gosto de ruas paradas!
Ser o curso concluído no meu currículo.
Fazer do meu corpo instrumento vivo, ativo...

Produzindo música...
Música essa, que me levará às portas da promessa.
Ser o presente bendito sem envolto algum, recebido com prazer, com gozo.

Gozo esse, que trará a cada dia, 
felicidade para minha existência,
em ligação direta com meu coração,
sem indagação!

Horas poeta, horas artista.
Idealista, é o que eu sou!
Sigo na pista em busca da conquista...
Conquista da superação.
Superação do velho, do novo.
Do que está por vir sem rejeição!

Na aquarela do meu viver, pintar meus sonhos.
Na cidadela da minha alma, ser estrela sem limite de duração.
Ser água de dia, límpida, branda e fresquinha...
E que venha o fogo de noite, acender meus desejos e repor minhas energias.


((( Camila Senna)))


Tenho que ir...

 

Tenho que ir...
Seguir meu destino.
Dar de cara com a minha vida...
Me confrontar com minhas dúvidas.

Caminho pelas ruas de volta para casa...
Passo pela praça e não vejo nada!
Nem pó de poeira, nem criança sorrindo...
Nem folha seca, soprada pelo vento... Nada!

Ao lado, o trem passa...
O pássaro, sem graça, se esconde.
As árvores secas com a imagem vazia!...
Mostram minha realidade, que nostalgia.

É tempo de unir meus retalhos espalhados no chão.
Espalhados no colchão...
Espalhados nas neblinas...
Espalhados no verão...

Espalhados nas ruas do meu coração, 
Que está alagado!
Com meus sentimentos boiando na contramão,
Pedindo esmolas nas esquinas e recebendo não!

É tempo de me fazer rir, não posso ficar na mesma de sempre...
Querendo o mesmo de sempre!
Se para sempre, um dia acaba!
Pois nem tudo que acreditamos para sempre ser, é eterno!

Quero travessia,
Atravessar a ponte dos desesperados,
Quem passa por essa ponte vê a morte, mas não morre!
Encontra-se com sua vida, com suas feridas, todas elas cicatrizadas.

Mente, metade sadia, e a outra metade insana...
Corpo, metade bendito, metade louco varrido...
Saúde, sem cólera, mas não totalmente imune, quero ser curada vez em quando, pelo veneno bom do “amor”.

Depois da torturante travessia, estar preparada!
Preparada sim!
Para as ventanias e as ressacas do mar da vida.
Não posso viver a pegar aquela flor.

A flor que um dia viva e linda, guardei...
Ela secou no meu diário...  Consigo, guardou...
Todos os segredos que um dia escutou...
Eles foram revelados ao Sol, à Lua e as Estrelas.



((( Camila Senna )))

Não quero morrer em vida...



Me estranho facilmente com a bendita morte.
Morte da essência que envolve o âmago.
Morte do fundo musical dos sentidos.
Não sou impenetrável, até queria ser...
 
Só assim, as coisas que não admiro, não passariam por mim.
Queria ser uma esfinge, veloz, sagaz...
Sugar o néctar da vida e ser imortal, ser real.
Sei que é só devaneio, mas do que vale a vida se não pudermos devanear? 
 
No desalinho da minha mente, me alinho...
Na esperança de viver saborosamente, pretensão?
- Não, fantasia!
Ai se não fosse ela a me aplicar anestesia...

Anestesia da arte, arteira que sou, não me conformo o conformismo.
Por vezes me vejo num motim, querendo a desordem.
Desafiando os que dormem, dormem o sono da ruindade.

Desafiando os que não sentem dor, a dor da saudade
Desafiando os que não amam o amor, o amor em sua plenitude.
Desafiando os que não pedem receita, por que são frios e vivem fingindo ser sadios.

Desafiando os que não sabem chorar, por terem medo de se declarar, de se libertar.
Desafiando os que tem medo de amar, que não amam por covardia...

Mas que bobagem, amar é um risco que só quem corre são os intrépidos, é o frio mais gostoso que minha barriga já sentiu.
Será que minha visão é platônica?
Eu responderia que sim! 
 
Os olhos da minha alma chamam-se utopia, é aonde minha vida vira poesia seja na tristeza ou na alegria.
Quero viver todos os sonhos que já não cabem dentro de mim, loucura ou realidade? - Os dois, minha louca realidade.

Não quero ser sã de verdade, quero apenas existir de verdade.
Faço questão que a frustração tenha ódio de mim.
Fazendo a desesperança implorar não passar por mim.
Quero viver o fim da guerra, a guerra dos sonhos impedidos.

Quero o diploma de que eu estive aqui, de que eu existi!
Vivi... Aprendi...
E apesar dos pesares, fui feliz.
Não por vaidade, mas por realização, por tesão.
Tesão na alma, sem mais explicação!

(((Camila Senna)))



Sacudindo o teatro em mim...



Hoje a felicidade me arrastou para o palco da liberdade.
Eu estava de vestido floral, com cores laranja e amarelo.
Levantei a barra do meu vestido e me liberei, me sacudi, rodopiei.
Era tanta a euforia, que ao rodopiar eu não sabia, se era o vestido
que me cobria, ou os colibris da fantasia.
Meu rosto estava suado, minhas bochechas estavam vermelhas...
E o meu corpo? Estava quente e minha alma flutuante.
Tirei o peso das minhas pernas e pés, eles ficaram espertos e ligeiros.
O palco estremecia, mas não caia.
Ainda que caísse, eu ia continuar dançando...
Pois a alegria era tanta, que nada me abalaria.

A preguiça? Mandei embora.
A rotina? Dei férias.
A vergonha? Demiti!
Tomei posse da minha autonomia.

Deixei fluir sem preceito a menina que não se cansa de mim.
Que vive a me rodear, sempre me convidando para bailar.
Que pula, que grita, que ri, que é feliz!



((( Camila Senna )))