17 de agosto de 2012

Só com você....


Andei só entre uma rua e outra
Entre um beco e várias pessoas,
Mas sempre sozinha...
Com meu coração sem rédea.
Andei só, perdi meu pergaminho,
Vi-me por entre espinhos,
Lidando com mesquinhos,
Bebendo vinho da inglória.
Andei só, vi tanta busca infeliz,
Vi minha vida morrer por um triz,
Sem saída, sem sorte,
Buscando meu norte e tendo que ser forte.
Andei só, entre a marginal e o litoral...
Anelando o natural,
Querendo dar de face com um coração emoção.
Querendo o carinho doce feito rio, desejando o beijo salgado feito o mar.
Andei só...
Por algum tempo!...
Aprendi que não tem dor nem lamento, tudo tem hora e tempo.
Quando você surgiu, resgatou-me do mar revolto que eu iria afundar-me
- E não andei mas só, mas só com você!


((( Camila Senna )))

Criatura etérea....


Quando me vi já era tarde...
Toda minha birra
Se convertera em amor...
Sentimento suave, intrigante, avassalador.
Para os mundanos mesquinhos...
Que pairam feito vírus no ar querendo contaminar,
Sentimento perturbador, criminado, mero deslumbre.

Mas não...
Eu vi com meus olhos sensíveis...
Castidade nos seus, dois lagos, cujas cores, multicores.
Criatura etérea enviada para tirar-me do casebre fúnebre,
Que muitos vivem, respiram e até gozam.

O astro Sol coloriu todo o céu de colibri
Teceu a paixão escrita antes de eu descobrir...
Descobrir você, pessoa poesia...
Que faz dos meus tristes dias, grandes alegrias...

Não tenho medo da peste
Que assombra os seres terrestres,
Que armam ciladas nos caminhos frios...
Tramando embaçar a retina dos olhos com o nevoeiro...
Meus olhos são de margarida, de menina alquimista,
Sempre em busca da melodia do amor.

Seu feitio lírico preencheu-me um vasto vazio...
Tirou-me do óbvio,
Temperou meu quarto solo,
Abriu com maestria um atalho especial.
Peregrina, adentrei sem temer na sua psique...
Não perdi tempo...
Mergulhei fundo, descobri um universo fecundo
De um ser profundo, que me tem com veracidade em todo seu ser.


((( Camila Senna )))