28 de novembro de 2012

Já!.. Urgente!



Em que livro guardado está a alegria gritante da minha alma?
Ponho meu intelecto para meditar e escuto uma voz com um hálito ruim que diz que fiz tudo errado dentro e fora de mim!

Profanei meu sono, dei bom dia a noite e boa noite ao dia, tive disritmia com elegância e ninguém notou a onda que invadia meus poros, que ao invés de suor, emanava maresia em dias de maré baixa, em dias de tristurafolia. Era bem ou mal, que eu me queria?
- Nem eu sabia! Minha pupila já não era minha, era do outro. Sobre a mesa com o véu branco derramei toda a curiosidade que no inconsciente guardei com sete chaves. Esperava por esse dia provocador, guardei-o como um filho, um filho bastardo, louca para assassiná-lo e dar de uma vez fim nesse maldito invento sedutor.

Me quero de volta, já!.. Urgente! Quero de volta meus ais, meus uis, meus gritos, meu sorriso, meus sussurros, meu libido, meu ar de fera, minhas gargalhadas sinceras, minha mesopotâmia que se concentra no meio de mim que alaga minha vontade de ir onde minha memória nem sonha.

Senti o peso de todo um passado...
E a voz nada caliente insistia abruptamente com um bafo dos infernos tentando-me convencer a deixar de ser tarada por viver, e ser, e ter, e dar, e gozar. Não! Não me deixo ir sem mim, não quero ficar órfão de mim, nada de tempo ou parei contigo!.. Quero um romance interno palpitante comigo, com meu umbigo, com a minha entranha.
Não quero gracejo da vida, quero ser vida. Pitadas de felicidade, eu deixo, vem? Você cabe aqui!








 
((( Camila Senna )))




27 de novembro de 2012

Falta de ar...




Preciso exprimir sem concluir
Coisas tão minhas que já não lembrava...
Mas que chegaram jorrando
Feito águas de cachoeira no cio

Tudo é tão nítido
Chocante
Místico
Ficando histórico na casa da minha memória
Eu já nem tinha esperança da recordação.
Uma bagunça interna foi parida
Sem ser permitida (Estou mais calma)
Estou acolhida pela escrita

Estou sentindo o sentido das coisas
Que me jogaram num mar de escolhas.
Fui esmagada pela hereditariedade
Hoje sou casmurro dona do meu mundo, pixando meu muro

Mas essa falta de ar...


((( Camila Senna )))

VSF pra quem tem!


Eu não tenho nada contra ninguém
Mas meu partido é o do VSF pra quem tem!
Eu pesquiso preço e como bem.
Meu padrão é do avesso não tem padrão endereço.

Lixo ou luxo, no final todos se lambuzam
Os altivos sabem o que é alternatividade
Mas se negam, preferem se manter com "classe".
Passivos a realidade circundante exorbitante.

Vejo todos iguais!
Roupas iguais.
Isso cansa a retina
No final, isso é pior que cocaína!

((( Camila Senna )))


Escuro...




É o escuro das tuas cavernas
Que povoa a memória...
Que fabrica um grito (e reverbera)
Incorporando tudo que sangra

( o coração em plena corda bamba)
Abusado, sem medo do enredo
E nem da dor e nem do desassossego
Como quem se despe dum vestido e se joga.

(Marlos Degani & Camila Senna)

Traços iguais...


O que eu mais queria agora era olhar para meu Pai.
Quando olhava para ele, me via...
Duas almas marcadas pela melancolia.
Nosso olhar é o mesmo.
Quanto mais idade faço,
(gritante ele se faz nos meus traços).

((( Camila Senna )))

???


Sonhos se jogam fora?
Pensou ser sonho, que nada!...
Não passou de um devaneio.

Abriu o mar em vinte e três segundos
A boca sorriu
Os olhos refletiram cintilantes

E...

(estou ébria)


((( Camila Senna )))



20 de novembro de 2012

Desfolho-me...





Eu cuido dessa pedra bruta
Que divulga sem perdão
Que minha mão não afaga

Nem percebe o olhar de desvelo
Que traduz calado e sem medo
Toda minha paixão sem razão.

Desfolho-me toda, toda!
E o único reflexo é a face do desprazer
Do tudo que me envolve que é dele!... E ele?
- Ele nem vê!

((( Camila Senna )))

3 de novembro de 2012

Crime...





O crime dos seus recados
atravessam meu mar revolto
e conseguem chegar.

Tenho os pegado um a um
e guardado numa caixa externamente bonita
tomada de lembranças que "pacifica".


((( Camila Senna )))


2 de novembro de 2012

Pose...

Entre fios
No cio
Faço pose
Gozando em close.

((( Camila Senna )))

Foi assim...


Onde foi que me perdi?
Será que numa neblina
Dum dia vulgar?
Ou num sol quente
Dum dia espinhoso sem mar?
Mas já resolvi:
A primeira não quero mais encontrar
Perdi minhas digitais,
Rasguei minhas roupas,
Queimei os fatos,
Tirei os sapatos,
Apaguei as pegadas. “Sumi!”
Quando me revi, foi assim:
Cheia de desígnio,
Cheia de “sim”,
Sangrando sexo
Abortando o tédio,
Estuprando o amor,
Exalando minha cocaína natural. 


  ((( Camila Senna )))



Interdiz...


Como eu vim parar aqui?
Está certo, eu me apaixonei, sabia que decerto iria sofrer de afeto.
Agora é tarde, a tarde finda e a noite em secreto me impregna de café com lembranças tuas:
Na lapa, na ilha, na cozinha, no samba, bamba na sua mão e ainda de abuso, no que estar por vir”. Exclamo: “que sentimento bruto, absurdo desalmado que roubou meu cavalo e sumiu, sumiu por aí acordando o mundo onde só dorme os burros.
Beijo volumoso dos infernos, divino, fino, bruto, interno. Não há incerteza, há mordida, chupões, bebida, batida, gozo! E Interdiz qualquer folião aprendiz que diz que não há raiz na paixão.

((( Camila Senna )))

...



Meu amor dorme...
e quando acorda,
Não sorrir.

((( Camila Senna )))



Sem liçença poética...


Foda-se sem liçença poética
Mania de ética, de métrica
De crítica, de características pontuadas....
Ou você é Rei ou você não é nada!
Cambada de palermas interrompidos...
Numa década esperta
Mas não intangível.



((( Camila Senna )))

Cabala...

 
Minha mandala
Foi além do tempo da cabala
Ela tocou no cosmo da promessa.

((( Camila Senna )))