31 de outubro de 2013

Bordando...

Ao som da solidão
Bordo minha alegria
Pro próximo carnaval.

Camila Senna

TRÊS DIAS

Chega, rouba minha cena
Usa-me de poema
Se embriaga da minha saliva
Furta meu sexo
Envenena minha alma
Rasga minha calcinha

(me faz feliz por três dias)

Depois vai embora, perdendo a memória.

Camila Senna

30 de outubro de 2013

RIO

No meu corpo deserto
Habita um rio
À espera da sua língua

Uma flor exótica
Se abre toda
Florescendo amor

Camila Senna

Rio salgado...

Me namorei
Te enamorei
Perfumei o quarto
Com as cores do meu perfume...

Te esperei pela janela,
Me enganei toda

Tua essência não faz ninho certo
Vive à procura de outras aventuras

Vou deixar ao vento
Minha vontade
De um amor sereno

Fecharei minhas janelas
Minhas portas
Mas não as estradas do meu coração

Mesmo com tantas mazelas
Brindo à vida
Mergulho no meu rio de lágrimas

Camila Senna

28 de outubro de 2013

Não!

Mexeu com meu não
Desfez o meu sim

O mar misterioso se abriu,
Destrancou as conchas todas,

Estava eu dentro da mesma
Feito um mosaico
Colorido de dor

Me espalhei,
Dei às espumas,
Minhas lágrimas

Pedi pra Iemanjá me limpar
Trazendo de volta
O sabor visceral...
Ela me ouviu e afogou
A voz insípida, encantada sim, mas dor(mente), ludibriada.

Camila Senna




Estrada de mim...

Os ratos e as cobras irão passar pela minha estrada, por gentileza, direi:"olá"...

Seguirei...

O amor também vai andarilhar pela minha estrada em busca de um lar coração, direi:"estou aqui".

Camila Senna

27 de outubro de 2013

Mente...

Doutro lado,
Vejo tudo...

Escuto vozes
Vejo a agonia no olhar
Ouço o telefone tocar
Mas não sou atendida

Mas também, pra quê?

A voz não me ouve, e o ouvido é dor(mente)

Camila Senna

Um amor...

Quero toda minha alegria nas minhas linhas,
Todo meu ciúme
Toda farpa
Toda dor
Toda minha passionalidade
Todos os malditos teus
Toda doçura amarga
Toda lágrima
Toda melancolia em flor
Quero tudo de mim nas minhas entrelinhas

Quero o amor transbordando
Suas vicissitudes no meu barranco de palavras que não param

Quero escrever com minha alma rasgada, quero que a métrica se foda, odeio regras, hora marcada,
Cabelo arrumado

Quero a calcinha rasgada
O tapa na cara
A língua

E quero à cima de tudo um amor que fique,
e quando seguir viagem, se despeça.

Camila Senna

26 de outubro de 2013

...

Tem muitas
vidas passadas
nesta vida.

Camila Senna

25 de outubro de 2013

...

Nós dois Ciganos...

...

Nós dois juntos Ciganos...

22 de outubro de 2013

Lágrima deserta...

O vento tem furtado
Lágrima por lágrima,
E levado para
o deserto do pranto.

Camila Senna

19 de outubro de 2013

Paradoxo

Para mim o nada
é tudo,
você nada nesse tudo.

Camila Senna

16 de outubro de 2013

Olheira minha...

Uma Mulher sem olheiras...
É como um poema raso, sem fronteiras.

Camila Senna

Coralinda...

É que tem mais estrada em meu coração do que medo em minha cabeça.

Cora Coralina

Só chuviscou...

Copiosamente,
Cai a chuva

Jorrando esperança
Dizendo em cada pingo,
Que o passado turbulento
Não passou de um chuvisco

Camila Senna



Colibri de mim...

Aquele colibri de outrora
Voltou fazendo ciranda
Na minha alegria
Colorindo minhas saias
Me arrebatando pro rio de mim...
Que ri, dança e solta os cabelos
Querendo mais, mais...

Camila Senna

Jorro...

Chuva no cio
Sou eu quando rio

Camila Senna

15 de outubro de 2013

Girassol...

Gira o Sol da minha estrada
Trazendo mar enluarado
Lambendo meus erros

Cristalizando meus segredos

Camila Senna

...

Amor

Com
Fusão

Giovani Bafô

Paradoxo...

O desapego também é solidão
Ser muito racional é ilusão
Ser apaixonada é o amor sonhando

Mentira é acreditar em Tudo!

Camila Senna

São Caboclos querendo ser Ingleses...

No trecho da música "Burguesia", De Cazuza

14 de outubro de 2013

Me retirei com pés de Lã..

Trecho da música "Leve", de Chico Buarque.

EntreTanto...

Entre Tanto, canto
Dobrando meu manto
Inundado de pranto.

Camila Senna

Mútuo...

Meu negro olhar,
Invade o azul do mar

Um encontro profundo,
Um encanto mútuo

Camila Senna

13 de outubro de 2013

Rosa com espinhos...

Uma rosa sem espinhos,
Não é rosa
As que não tem,
são de plástico

Sou uma rosa com espinhos,
Tenho o meu sujo e meu néctar

Sou de carne, sangue e essência.

Há os que almejam
uma vida sem cicatrizes
sem experiências cravadas, calçadas pintadas

Enfeitam suas janelas cinzas com flores pintadas de cores escolhidas, no fundo todas mórbidas

Pessoas prisioneiras de um jardim sem primavera
Nunca vão gozar de alegria...
E entender como um choro é libertador!

Camila Senna

11 de outubro de 2013

Eu vi...

Eu o vi andando pesado
Com kengas cravando seus peitos

Eu vi seus pés pesados de multidão de estórias verdadeiras
E histórias fictícias

Eu vi suas costas mutilada
traçada por um passado oculto

Eu vi, eu vi

Vi a boca mentir falando verdade
Vi a vontade, mas não vi o amor

Eu vi as lágrimas
Ouvi as juras

Vi as unhas cravadas como tatuagem
Mas não eram minhas
Eram das putas que o idolatra

Vi um passarinho de coturno
Sem asas
Sem coragem de fazer ninho.

Eu vi, mas não me vi

Camila Senna

9 de outubro de 2013

Retrovisor...

!

http://www.youtube.com/watch?v=bi8miESkHSQ&feature=youtube_gdata_player

8 de outubro de 2013

Transpiro...

Cada guimba de cigarro,
Uma respiração,
Poesia cinzenta

Camila Senna

Castrei


Cortei meus cachos
Passarela ensolarada
Que você pisava

(castrei meu amor casto)

Camila Senna

7 de outubro de 2013

Men-tira

A mentira
Vai revelar doutro lado,
A verdade

Sigo só, a sós comigo
Melhor caminho
Pra libertação

Voe passarinho
Que nunca fez ninho
Certo no meu coração

Camila Senna

Pó de Poesia no Labirinto Poético

O evento fez parte da FLIZO
 (Festival Literário da Zona Oeste)

 Ivone Landim



Camila Senna


 Doris Barros











 Pés descalços admirando meu muso Márcio Rufino












6 de outubro de 2013

Vírgula

Verso no silêncio sem métrica
Durmo no acento
Pergunto a interrogação
Respondo a exclamação
Caminho contrário as reticências
Quanto as três crases à cima,
Ficaram barradas

Ponto final é o caralho

(mas adoro vírgulas)

Camila Senna.

Despacho Público...

Quanto ao teu despacho
Na esquina da minha sã-insanidade,
Relaxo e jogo os seixos das tuas palavras
Num rio que até meu mar recusa..

Tuas palavras trópegas
não me embebedam,

Por misericórdia
Lhe ofereço um cigarro
Você o acende,
Mas quem tem a brasa sou eu.

Camila Senna

2 de outubro de 2013

...

Esse mar todo
Lambendo meu maxilar
Me deixa andar-ilha

Camila Senna