9 de julho de 2012

Escancarando as portas do Éden...

 

Deslizando as mãos pelo meu corpo esbelto,
Atiçou toda minha calma,
Extasiou toda a minha alma,
Ateou fogo na minha sanidade,
Deixando-me descompensada, réu da sua vontade.

Sua voz no meu ouvido conta histórias indecentes
Dos nossos vários e únicos momentos cálidos ardentes...
Nosso encontro é sempre abrasador,
Puta inspiração sem censura.
E num glorioso compasso sem ensaios,
Damos luz à transpiração cheia de emoção.

Sou sua doutrina, sua sina...
Você sem muita disciplina converteu-se a mim.
Guiando-me os passos mais loucos,
Segurando toda a minha alegria...
Desesperado sem saber se na sua bagagem, caberia.

Sou sua menina...
Excêntrica rima na sua vida...
Que quando nua, louca e impetuosa, vira loba...
Rasgando o céu nublado,
Fazendo-o azul com sol dourado...
Pegando-lhe forte pela mão,
Escancarando às portas do Éden.
Fazendo-te desfrutar de todo meu fruto enxuto.

Sou sua,
Mulher de facetas urgentes,
Sempre surpreendentes
Horas avessa,
Horas poesia.
Horas ventania.

(((( Camila Senna ))))


Maria ninguém...


Sou uma boneca retalhada de chita,
Triste e colorida.
Não me faço de vítima,
Quando erro boto a cara, não nego.
Sou uma criatura carente com dentes...
Sou uma abandonada de pai,
Uma alma perturbada o tirou de mim,
Foi precoce a perda, como tudo na minha danada vida. 
 
Uma jovem que tem pinta de doida,
Mas é responsável com aquilo que semeou.
Uma garotinha que sonha acordada tentando fazer do amor um conto de fadas.
Tenho certeza, o amor existe!
Fadas?
- Na minha vida, só a da minhas costas, a mesma é tatuada, talvez por querer tanto ser uma. 
 
Uma poeta sem batismo
Que escreve o que lhe vem à mente...
Com palavras e alguns palavrões...
Umas inocentes, outras indecentes.
Aquela que nunca imaginou em ser poeta, que sonhava em ser bailarina e cantora. 
 
A poesia me escolheu, fui pega pela mão a andarilhar por meu passado, presente e devanear por meu futuro.
No início, poesia tímida sem muitas palavras, rimas medrosas.
Hoje, o barulho do meu mundo interno nu, sem querer saber da aprovação do mundo.
Confesso que sou explosão!...
Escrever e procurar me entender fez bem ao meu jeito,
Fez bem ao meu coração. 
 
Sou uma alegria em vida,
Mas quando deprimida, perco o ritmo, deixo cair no chão meu semblante...
Esqueço minha essência, me vejo num motim, dou de cara com a morte,
Minha casa vira uma espelunca,
A lua vira puta,
O passado, triste e errante,
Os amores, todos fracassados,
O presente, precipitado.
Fico louca por uns dias... No decorrer vou varrendo toda a rua do meu coração, recolho lixo por lixo....
Tentando deixar fluir a beleza dos sentimentos bons. 
 
Uma menina que na infância
Teve tudo para ter uma estrutura familiar...
Mas não teve!
Tive que traçar e escolher quem eu queria ser...
Tive que me reinventar para não ficar na margem de lá,
Margem dos fracassados, viciados...
Com o futuro ameaçado.
Corri do mal, chorei todo o inferno astral, passei o pão que o diabo pisou.
A única coisa boa que eu via eram as estrelas...
Quando chorosa corria para laje para chorar todas as minhas lágrimas...
Deixando as estrelas me ninar, me acalmar.

Uma mulher que não cansa de ser mulher,
Mas que entende que para ser mulher
É necessário ser forte, sagaz, intrépida.
Entende que esse mundo vagabundo é uma selva
De animais racionais gemendo por dentro, querendo seu lamento.
Entende que nem tudo é véu, flores na janela, lua-de-mel, primavera...
Muitas coisas são crueis...
Viver a dois sem sintonia,
Viver só sem melodia,
O ser humano e seus sentimentos mesquinhos,
Morrer sem ter visto de perto a cara da gostosa alegria...
Virando cinzas e nada. 
 
Derramarei então todo meu pó de poesia nas entrelinhas dos meus poemas...
E que se dane a teoria,
E que se dane a opinião dos que me detestam, não fico puta, não fico virgem, não fico nada!
Falo o que quero na hora certa ou na hora errada.
Não ganho nada, mas também não perco.
Sobrevivo nesse mundo de palhaços sofridos, onde muitas das vezes me vejo... 
 
Sou generosa, sonhadora, persistente, e quando sobra tempo, atraente.
Mãe de filhos que ergueram minha vida solo e vazia.
Uma mortal que tem horror à rotina,
Uma esquisita que se coça toda só de pensar em conversar com pessoas explicadinhas em demasia.
Uma humana cheia de defeitos, mas que não suporta hipocrisia. 
 
Regras não rimam com a minha vida.
Quando faço uma receita, nada é medido; no final, tudo sai gostoso, apetitoso.
Tenho algumas roupas que eu mesma corto e refaço.
Saio despojada, de boina, de tênis, sem pensar em nada.
Mas tem dias que a vaidade me condena, me visto como princesa...
Princesa sem eira, nem beira, sem castelo, sem cavalo, só com meu sorriso largo. 
 
Quem sou eu?
Uma imediatista que não curte saber da meteorologia e nem dos próximos dias.
Uma tatuada na vida, oito externas e várias internas (rs).
Sofro de insônia e sou viciada em café.
Adoro correr na chuva,
Sentir e receber amor...
Janeiro e fevereiro são meus meses preferidos...
Levo minha vida retalhada e colorida sem muito roteiro.
Penso que a paz é o melhor presente que alguém possui no seu âmago. Desejo-a tanto...

Quem sou eu?
Ah, só mais uma Maria ninguém para esse mundo de tantos gostos, rostos, olhares, pensamentos e tal.


((( Camila Senna )))



Um pouco de poesia muda...


 

Drão - Caetano Veloso

Na hora certa...



Caminho distante que meus olhos não vêem chegar.
Uma vontade incessante de atravessar.
Mas meu coração é sensível e me diz que o lugar a minha espera está.


((Camila Senna)) 

 

E aproveitar...




Me acomodar em seus olhos e me deitar em seus lábios macios.


((( Camila Senna)))) 
 


Hoje não, volta amanhã...




Me deixa aqui com minha moleza.
Hoje não quero ser gentileza.
Quero me isolar, curtir minha falta de criatividade.
Estou chata comigo mesma.
Se o agradável vier a minha procura, diz que estou grossura!
Amanhã eu volto com tudo, plena, sedenta e com muita criatividade.


(((Camila Senna )))


Pintei, achei ruim, apaguei...



Acabou meu bem.
O que tinha cores...
Ficou sem cor, sem beleza, sem sentido!
Não posso mentir que ainda acredito.
Eu pintei e eu mesma me encarreguei de apagar!


(((Camila Senna )))
2011.

Incessante...



Tantas vidas, caminhos, sonhos diferentes...
Mais a mesma busca incessante pela Felicidade plena.

((Camila Senna))




É muito mais...



O trocar salivas, não é apenas um beijo.
Um beijo, não é apenas o trocar salivas.
É nossa língua fazendo amor.

(((Camila Senna )))


Traçando a própria sorte...



Desencontros, desamores, decepções e perdas, fazem parte da vida.
Mudamos a nossa história a partir do momento que nos permitimos aprender, a crescer, ao invés de retroceder e querer morrer, temos que ser forte e traçar a própria sorte. 
 
(((Camila Senna)))


Ainda...

 


Meu Cavalo ainda é branco...
Minha rua ainda é a ladrilhar...
Os meus sonhos, ainda de menina, que cresceu sorrindo pra vida...


(((Camila Senna)))


Sem regras....


 


Que a poesia venha ser parida sem regras e sem traduções, andando livre pelas cabeças dos poetas sem definições!


((( Camila Senna )))