4 de julho de 2012

Caminhando...


Pista molhada e toda uma jornada...
Ando eu ao relento...
Encantada com a madrugada,
Que muitos dormem e não veem nada.

Olho para cima e vejo as árvores se abraçando...
Olho para o chão, parece miragem, mas não.
Vejo folhas secas e vermelhas...
Que mais parecem filosofar de tanta beleza, de tanta sutileza.

Olho para frente...
Me deparo com o farol do carro que vem vindo...
Dilatando minhas pupilas, parece até luz divina.
Vejo uma pedra e me assento nela...

Me sinto forte como uma cidadela.
Mesmo estando com lodo e esquecida, me sinto protegida!
Contei para as árvores...
Contei para as pedras....

Meus segredos, belos segredos,
Porque sei que jamais serão revelados.
Posso morrer, e minha vida um dia contada em forma de poesia...
Jamais será esquecida.

Ficará enraizada nas raízes daquelas árvores...
E esculpida nas fortalezas daquelas pedras...
Com letras que só os sensíveis de alma entenderão.

Tantos caminhos...
Precipícios para alguns.
Tantas trilhas...
Morada para muitos.

Tanto céu...
E debaixo dele muitos ao léu.
Tanto sol, farto sol...
E muitos não emprestam nem o anzol.
O amor está pouco. E o mar? Não está muito para sonhar.

Então eu busco, incessantemente eu busco...
Um pouquinho de verão...
Verão que abrasa o bosque da minha menina...
Que tem vida corrida por suas esquinas...

Mas que anseia avenida para sua partida.
Quero me aprofundar nesse labirinto em busca da felicidade...
Meu instinto diz: você pode.
Eu digo: eu creio.

((( Camila Senna )))


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